Às vezes é preciso recolher-se.
O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas.
Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir.
É um começo de sabedoria, e dói.
Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido.
Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico.
Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador.
Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta.
Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar.
Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz.
Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambiguidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.
Lya Luft
Comentários
Um texto difícil de ler, mesmo assim gostei. Talvez minha dificuldade tenha sido um pouco de depressão. Destaco """"O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros"""" como uma parte linda do texto
Obrigado e desculpas amiga. Hoje não estou bem!!!
abraços poéticos Patrizia Gardona
Obrigada amigo, tem dias que não estamos bem, faz parte da vida, meu amigo, melhoras
bj
Belos dizeres. Bem comum ao meu entender e ser.
Obrigada amiga
bjssss