Terra seca, rachada sem a chuva,
Remoendo a tristeza no sertão,
Incendeia o coração de amargura,
Sem saber como será o amanhã,
Triste o sertanejo pensa em partir
Embalando o sonho de viver em outro chão.
Parte, com a família, pra São Paulo,
A metrópole de riqueza e ilusão.
Rude, o caboclo subjugado,
Trabalha, sol a sol, na escravidão,
Imposta por cruel necessidade
De sustentar família em precisão,
Afaga sempre o sonho do retorno.
Acróstico inspirado na bela poesia Triste Partida, hino-símbolo dos migrantes nordestinos em épocas de grande estiagem e exploração do latifúndio. Antonio Gonçalves da Silva, O Patativa do Assaré, seu autor, nascido na Cidade de Assaré-Ceará-Brasil, foi um poeta popular telúrico, compositor, cantor, repentista, semi-analfabeto, trabalhador rural, escreveu mais de dez livros de poesia, recebeu vários títulos de Doutor Honoris Causa de Universidades do Nordeste, foi objeto de dissertações de mestrado, teses de doutorado e estudado na Sorbonne. Triste Partida foi imortalizada na voz de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião.
Manoel Fonsêca - Brasil
Respostas
Manoel Dias da Fonsêca Neto
Belíssimo acróstico,
uma homenagem á luta do nordestino,
encantada, parabéns Manoel, bjs MIL.
Maria Iraci,
Obrigado pelo incentivo e pela oportunidade de admirar este belo e significativo vídeo.
Saudações
Manoel, muito, mas muito bom o teu Acróstico.
Conteúdo marcante, feliz construção poética em ritmo e cadência!
Parabéns, poeta! Bjs
Eri Paiva,
Grato pelas belas palavras.
Saudações