A cumplicidade da luz

 

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" Doce entretém letifica a atenção,

Olhos meigos, mãozinhas delgadas,

Carrega no colo as frutas douradas,

Enquanto recebe afagos à exação.

 

Como amantes não temem os ventos,

O inverno não lhes faz medo algum;

Leda colheita de pomos sumarentos,

Hesitante uma carícia mais incomum.

Enlace bucólico alegra o cenário,

Idílio mavioso trazendo sensações,

Tantos arrepios, o prazer solidário,

Ao som acurado de remotas canções."

 

Leve num jogo de luz e escuro lentos,

a musa executa suaves movimentos,

e o amor se renova como nas colheitas

tal como foi e ainda agora são feitas

nas asas da brisa em tardes outonais

nos jardins de Hespérides sensuais,

enlevo marcado pelo ardor que fosse

revelando ser esta a messe mais doce.

 

Surdos ambos ao simples murmurar,

embalados aos sons da seda a farfalhar.

Traz os frutos da terra no colo gentil,

que apanhou pisando a vegetação sutil;

também não se preocupam os morgados,

consentem que apanhe pomos dourados,

que pródigos forram o solo como lençol

aquecidos aos últimos raios do sol

 

Num recanto velado, os seios ofegantes

encontra o amado cauto por instantes,

surpreendentemente, de forma inesperada

deixou-se ela ser de todas as formas tocada;

foram eles tomados pela volúpia dos amantes

os beijos selaram os momentos luxuriantes.

Então fecha os olhos em êxtase fremente,

com o corpo percorrido por fogo ardente.

 

O tempo parou, não havia mais consciência,

nem para o mundo ao redor a obediência.

Acreditem que até a própria luz sorriu ,

e a penumbra trouxe, cúmplice que se viu.

Luiz Morais

São Paulo - Brasil

03092016

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