Passeavas no caminho de chão, de branco vestida,
na paisagem virente pelos albores da luz iluminada;
passeavas no caminho viçoso, no dia limpo da vida,
leda passeavas ali sutil, tão linda e despreocupada.
Seios torneados como maçãs de uma árvore do céu,
os olhos tais sem nuvens pulsando em tons do berilo,
raios de luz aveludados acolhes a guisa de solidéu,
profusos os cabelos no ouro nas luzes tinham asilo,
No caminho de luz, a paisagem verde ofuscando,
deslumbrando o dia, descalça ias formosa que sei.
Maravilhado te vi, extasiei-me tanto, e foi quando
arrebatou-me enfim, pela primeira vez te amei.
Uma vida tenho mortal, sem escolha, nem queixas,
posso sonhar como se mil delas tivesse-as antes,
só em sonhos as mãos deixaria-te nas madeixas,
pois as veias da minha solidão latejam pulsantes.
Com passos em compasso passeavas no dia e rias,
os ombros nus sobressaídos do cetim das vestes,
tal bailando tão leve entre as flores sorrindo ias,
do odor das açucenas revestia talamos agrestes.
Vendo-te feliz, pensei ser quiçá do cisne o canto,
levarias meus tormentos, movendo-se lentamente;
sussurravas palavras doces indiferente ao pranto,
afoita pairavas sobre a terra deixando-me silente.
Ora na vida é noite e continuas a bela e formosa,
pairando nas trevas sob a luz do luar iluminada;
as brumas deixaste nos dias pela própria estrada,
mas sei que foste sonho, apenas nuvem vaporosa.
®Luiz Morais
São Paulo - Brasil.
Respostas
Estimado poeta e escritor Luiz Morais,
No poema que nos apresentas,
o entrosamento da Natureza
com a figura feminina, encanta.
Lirismo, ternura e beleza.
Parabéns!
Beijosssssssssss
Grato poetisa Maria Iraaci Leal. Sua presença e comentário honram e engrandecem esta postagem.
Belo, sim. Parabéns, Luiz Morais.
Obrigado Ana Maria. Agradeço a leitura e o comentário gentil.
Grato pela leitura. Um abraço
Amigo Luiz Morais, uma beleza de obra a sua. Seus versos são sensíveis e tocantes. Abraços carinhosos.
Grato poetisa Regina, pela leitura e pelo comentário.