Espaço destinado aos ativistas da Biopoesia
A poesia, de há muito, transcendeu a página impressa. Os computadores pessoais e a Internet expandiram as possibilidades e o alcance da expressão poética. Eduardo Kac propõe o uso da biotecnologia e de organismos vivos como um novo campo para a criação verbal. Deve-se explorar esse admirável mundo novo povoado por clones, quimeras e criaturas transgênicas, à procura de uma poesia in vivo. Essa é a BIOPOESIA, propriamente dita. Contudo, nos dias de hoje, chama-se BIOPOESIA a corrente artística e cultural Ecologista, Humanista e Revolucionária. Nessa seara, privilegiam-se os poemas e/ou textos poéticos que abarcam relevantes questões que colocam em risco a Vida no Planeta Terra, como o aquecimento global, as guerras expansionistas e a poluição ambiental, a morte de pessoas inocentes, a fome e a miséria, entre outras. Sua finalidade é defender a VIDA - humana ou não -, na contemporaneidade. Trata-se de poesia sobre a REALIDADE SOCIAL, onde as metáforas não encontram guarida. A BIOPOESIA rompe todos os esquemas retóricos e oníricos, para estruturar-se numa base sólida e objetiva. Converte-se na água que matará a sede da Humanidade sedenta de Paz, Amor, Solidariedade, Liberdade e Justiça. As abordagens devem ser UNIVERSAIS e não PARTICULARES.
Grupo aberto à criatividade dos nobres poetas!
Bem-Vindos!
Comentários
É o que devemos ter
Pois é o nosso sagrado lar
Presente de Deus o Criador
A natureza é perfeita
Em seus ciclos de vida
Nascer, viver e morrer
É dela que tiramos o pão
E a água que mata a sede
Que rega, limpa e purifica
É Nela que contemplamos
Tantas belezas em cores, flores
Perfumes, e diversidades
É Nela que aprendemos
Como viver e conviver
Com seus mistérios infinitos
É Nela que percebemos a vida
A geração, da semente que nasce
Em cada reino, vegetal e animal...
É Nela que percebemos
Os descuidado e a exploração
Quando ela vai apontando sua dor
É Nela que dormimos, acordamos
E nela somos um grão de areia
E que devemos a ela respeitar
A Natureza, a Terra, Mãe Gaia
Não precisa de nós...
Mas é nós que precisamos dela
E a ela devemos toda a forma de vida
Na terra firme, nos oceanos, nos céus
O banquete que Deus nos apresentou
A terra devemos preservar...
Cada nascente, manancial, rio, o ar
Pois é deles que dependemos para viver
07/05/2017
(Norma A Silveira de Moraes)
27/04/2020
Matas literalmente derrubadas
Trazendo erosão para a redondeza
Vai secando tantas nascentes
Matas ciliares também são cortadas
A natureza fica desprotegida
Sem as árvores por cobertura
As terras com mais pastagens
Ficando sem a sua guarida
O clima então vai mudando
Em desiquilíbrio quase total
Tempestades ou secas alternam
A biodiversidade transformando
(Norma AP. Silveira de Moraes)
abril/2020
Muitas vezes me pego pensando... Refletindo em mil e uma perguntas e dentre delas uma, se repete sempre: Será que não é ela a poesia que irá continuar salvando a humanidade do completo caos?
Vejo no decorrer dos dias ela salvando tantas vidas, desde a criança ainda em fase escolar, escarafunchando suas palavras, tentando falar aos pais, aos professores, amigos e familiares o que vai pelo seu coraçãozinho. É na arte viva das telas, das urbanizações, é no espalhar das cidades colados nos postes, pintados nas paredes, os gritos, os apelos.
Vejo no adolescente na letra do seu rap, comunicando mais do que ideologias vazias, mas protestos fundamentos naquilo que presencia e vive dia após dia, a falta de comida, saúde, segurança, a falta de respeito para com a vida latente n'um modismo sem nexo, sem coerência.
Sempre acreditei no valor e no poder daquilo que é documentado, sobretudo no poder do verbo da palavra que é e sempre será eterna, por isso meu encanto admirado por esse lugar especial.
A ciência em simbiose com o invisível ao olho nu, consegue formidavelmente unir a compreensão dos algoritmos matemáticos o linguajar perfeito da poesia.
Boa tarde, grata por fazer valer a pena ainda continuar sempre acreditando e tentando. Bisous.
CAOS
É deplorável,...
tão melancólico,
ver as matas calcinadas,
flores pálidas, anêmicas,
rios de barro e pó,
peixes extintos,
olhares famintos
de crianças sem lar.
Buracos negros,
aves sem ar,
árvores assassinadas,
jardins em branco,
mares desertos,
humanos androides,
como pode
tamanha destruição,
mentes insanas,
educação desumana.
(Gustavo Drummond)
PANDEMIAS – SARS – AFTOSA - AR
Desfolhados os campos, animais antes santos,
Transformam o ar em pandemia de inocências,
Quando o tempo vibra em um bendito manto,
Que foi esquecido em um longíguo sepulcro.
Os mares não enchiam tanto, rios antes limpos,
Transformam canais em becos sujos e poluídos.
Quantos homens vaidosos correm sem tino,
Em ataques financeiros sem ética - libertinos!
Talvez as aves possam pousar nos galhos,
Talvez a geleira possa não se liquidificar,
Talvez a guerra possa ser algum ato falho,
Talvez o mar possa não se tsunamisar.
Escutamos das nuvens, das conchas, das grutas,
Um só gemido que esbarra toda história antiga,
Que volta aos nossos dias em sons de vãs fugas,
Sempre será um recomeço que só desgasta a vida
GRATIDÃO
Muito Obrigado,
De todo o coração!
Assim é demonstrado
O estado de gratidão;
Quando nos é ofertado,
Com carinho e simpatia,
Algo que é do nosso agrado,
É motivo de muita alegria!...
Mostrar agradecimento,
Mais do que simples gesto,
É um bom sentimento,
Que, assim, fica manifesto,
É gravada no pensamento,
A grandeza de ser modesto!...
Água bendita
Que à terra matas a sede,
Tu és fonte infinita,
Se não te apanharem na rede
És fonte infinita da Vida,
Se a rede da poluição
Não te apanhar
Poderás em toda a ocasião
Dar Vida e alegrar,
És Alegria e Bênção
Quando cais sobre a terra
Depois do Verão,
És bendita na planície e na serra,
Na cidade e na aldeia,
Sem ti nada existiria
Tu és o sangue que corre numa veia,
Sangue da Vida que se cria,
Sangue que ilumina a ideia,
Sangue que alimenta a Vida,
Água tão preciosa
E tão querida,
Água saborosa,
Água amada,
Tu és tudo e tão maravilhosa
E por alguns tão desprezada!
Abrigo e alimento
De todos os Animais;
Atalaia atento
Rainha dos vegetais!...
És força e muito vigor,
Com teu sublime porte,
És frescura no calor
E a tumba na morte,
És o berço de embalar,
És a mesa do alimento
E a cama de descansar!
Árvore, querida,
Estás, sempre, a dar,
Na Morte e na Vida!...