Homenagem aos que se foram...
É essencial identificar os homenageados nos textos e nas imagens.
Criadora e Administradora do Grupo: Sílvia M. L. Mota
Administradora Moderadora: Marcia Portella
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Comentários
Um AVC massivo levou-a... Tristeza no Mundo das Letras . Mas fica toda a sua bra para dar testemunho do quão inolvidável
Maria Rosa Parra É! Foi criadora do dia internacional do Poeta Virtual - a 31 de Outubro! - E dos certames em diferentes circulos literários virtuais em que ela tinha presença e Amizades garantidas e que a estimavam e lhe rendiam o Valor bem merecido! Comprometida com a Paz e a Solidariedade, foi uma lutadora icansável. implicidade era seu apanágio como se podem ler nos seus olhos elindo sorriso! breve nos encontraremos e juntas criaremos mais e mais poesias... Até lá que Viagem seja de Luz e rodeada de Anjos até nosso Pai Criador te receber ... <3 <3 <3
EM MEMÓRIA A UM LINDO SER QUE SEMPRE AMAREI: MINHA AVÓ
O fim de mais um dia se expressava no céu. Lá fora as primeiras estrelas surgiam como pedrinhas preciosas cravadas no firmamento. No ar além dos perfumes das papoulas, jasmins, rosas e bugarins, do nosso quintal, se espalhava uma doce melodia:
“Para mim a chuva no telhado
É cantiga de ninar
Mas para o pobre meu irmão
Para ele a chuva é fria
Vai entrando em seu barraco
E faz lama pelo chão...(...)
Era a doce voz de minha avó (Dona Santa) que cantava embalando minha rede, ninando os meus sonhos pueris ao fim do dia. Mas essa canção foi além, pois não embalou somente a minha rede, embalou meu caráter e minha vida. Quando minha avó entoava essa melodia eu imaginava as imagens: Pessoas mais simples do que éramos morando indignamente, lançadas a própria sorte e desvalidas da solidariedade e compaixão humana. Meu coraçãozinho ainda tão infantil se apertava dentro de mim. Meus olhos, profundos de inocência, pareciam transcender sonhando com um mundo melhor onde todos pudessem viver felizes ainda que de maneira simples, mas tendo o necessário para viver com dignidade. Essas imagens pareciam saltar do mundo imaginário e vezes pareciam palpáveis diante de mim. Em meu pensamento brotavam idéias, imaginações pueris. Minha alma crescia em amor e preocupação pelo próximo. Sem saber minha avó me ensinava as palavras de Jesus “Amar o próximo como a ti mesmo” em outras palavras. Ensinou-me a olhar o outro como alguém igual a mim, que precisa das mesmas coisas que eu preciso. Que nem sempre o que é bom para mim é bom para o outro e que por isso devemos ter cuidado em não ferir ou prejudicar as pessoas.
Em 2008, decidi então cantar essa mesma canção para ela e embalá-la naquele momento último da trajetória da sua vida como uma forma de gratidão e de dizer-lhe o quanto eu a amava e que ela estaria para sempre guardada em minha alma, pois é nesta parte eterna do meu ser que guardo todos que amo.
Era o final de sua missa de corpo presente na qual cheguei de viagem poucos minutos antes, após quase vinte e quatro horas sem dormir percorrendo aeroportos e terminais rodoviários. Mas valeu o meu esforço: ela merecia. No entanto pensando que lhe encontraria, não a encontrei. Sua pele alva estava escurecida. Toquei sua mão e não senti o seu calor. Beijei sua fronte fria e não a senti mais. Seus lindos olhos meigos jamais os veria sorrirem para mim nesta vida. Não, aquela parecia não ser mais a minha avó. Era uma espécie de veste abandonada. Um casulo já sem vida de uma borboleta que agora voava em outra dimensão. E olhando-a lembrei-me do presente que lhe havia prometido. A canção seria então o meu presente e pus-me a cantar para ela com toda a força, amor e esperança do meu coração, para embalá-la ali naquele receptáculo dormindo, não o sono de sonhos que ela me fazia dormir, mas o sono dos justos que adormecem desta vida para acordarem noutra:no paraíso que Deus destinou para todos. E então cantei:
“Para mim a chuva no telhado/
É cantiga de ninar...(...)
E assim como os anjos disseram aos discípulos desesperados, bem como a Maria Madalena, após o sumiço do corpo de Jesus, disse também: Por que procuramos dentre os mortos aquele que está vivo?
Assim a nossa querida (minha avó e também segunda mãe) vive: na eternidade.
Um poema para Sara Rosa.
Ainda é difícil nos acostumarmos com a morte.
Só quando me lembro que vida e morte são como estados de calor e de frio é que vejo onde está a lógica de ambas. NÃO ESTAMOS EM VÃO NESTE PLANETA.
Para mim, Sara Rosa era uma poeta que tecia a vida com bordados belos. Pelo pouco que a conheci, percebi que era um espírito bonito, de bondade e de luz.
Eu não esperava que ela já se preparasse para a Grande Viagem.
Sara Rosa deixou-nos belas flores e estrelas bordadas no espaço sideral, cor de seus olhos e de sua linda alma. Sou feliz por termos sido amigas!
A homenageada é minha mãezinha!
Nos deu adeus em nov/2005