Brisa
Edir Pina de Barros
Eu não sou ilha ainda que assim queiras
também não sou teu mar, nem continente
porque sou brisa – passo de repente –
não tenho bordas, não, nem mesmo beiras.
Quando me queres nunca estou presente,
porque na brisa não se põe coleiras,
nem peias, nem correntes, nem fronteiras,
mas sempre estou contigo, mesmo ausente.
Eu sou apenas uma vã quimera
estou ausente quando mais se espera
e nada me retém, nem os penedos.
Ah! Meu amado! Não se prende brisa
porque é incorpórea, fluida, sem divisa
e escapa sempre pelos vãos dos dedos.
(Tela - Rafal Olbinski)
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