És a flor que enfeita as campinas,
joia cobiçada pelos colibris esvoaçantes.
És o riacho cantante de águas cristalinas,
marulhando no álveo de pedras cortando as colinas.
Rápida correndo vive, leda pela vida vem amar,
exulta bem sabendo que teu destino é o mar.
Sou o tronco velho, teimoso ainda em pé,
canhestro adorno da mansarda abandonada,
ansioso por saber se resistirei à próxima rajada,
ao açoite inclemente de mais uma tempestade,
impotente quedado para seguir-te os passos,
a não ser acompanhar-te com o ansioso olhar.
És a folha tenra que alvissareira orna as frondes,
jactando o portento de não ceder aos caprichos do vento,
divertindo-se somente em se curvar por um momento,
para novamente alçar o cimo com renovado alento,
ganhando outra vez o mimo do prumo original.
Eu sou a folha morta, ressecada do sol,
a galhada torta carente da seiva vital
tônico que alimentava o distante ânimo inicial.
És o advento, a chegada... O reflexo do arco-íris na vidraça...
És o acontecimento dos triunfos teus.
Sou a partida, janela que se estilhaça,
...a despedida... Sou o adeus.
Luiz Morais
Brasil
Livremente inspirada na música " Resto de quem parte" de Luiz Vieira
Comentários
Belíssimo poema, onde se entrelaça a vida humana e a Natureza, pois ambas evoluem rumo ao infinito.
Abraço!
parabens, bjss
Estimado Luiz Morais,
Simplesmente, ENCANTADA com a força dos teus versos!
Natureza, entrelaçada ao humano.
Belo, muito belo!
Beijossssssssssss
Destaco:
"Eu sou a folha morta, ressecada do sol,
a galhada torta carente da seiva vital
tônico que alimentava o distante ânimo inicial.
És o advento, a chegada... O reflexo do arco-íris na vidraça...
És o acontecimento dos triunfos teus.
Sou a partida, janela que se estilhaça,
...a despedida... Sou o adeus."
Luiz,poesia bela onde se encontra amor e natureza em plena união.
Com sua licença destaco:
Sou a partida, janela que se estilhaça,
...a despedida... Sou o adeus
Poema repleto de lirismo e beleza.
Parabéns, poeta.
Bjss, no coração.