DIAMANTE PEAPAZ

Queridos amigos,

Bastante emocionada, não consegui escrever uma homenagem especial para minha querida Mamãe, Poetisa Mariinha Mota, que se foi nesta madrugada. Envio-lhes um texto formulado no Dia das Mães, 13 de maio de 2001, quando a mente fabulosa da minha mamãe, nos últimos tempos perdida aos sonhos e pesadelos (quem sabe?), ainda conseguia reconhecer em mim sua segunda filha.3541597277?profile=originalMinha Mãe, Flor Imarcescível!

Foi-se, nesta madrugada...
Bela, aos 80 anos (18 fev. 2010) 3541597277?profile=original
3541597142?profile=original
3541597277?profile=originalMamãe,
 
 
Ainda jovem escrevi, em tua homenagem, um poema do qual não me recordo com precisão os versos... Lembro-me apenas, ter construído, a partir da pureza adolescente, uma declaração de amor ao sentimento de amor extravasado, continuamente, através dos teus poros.

Exaltei-te a face, o sorriso, as palavras... e tudo quanto exsurgia diante dos meus olhos a se plantar robusto na minh'alma... Por esse poema, colhi um prêmio oferecido aos jovens estudantes da região. Mas, pergunto-me, se foi a cadência poética ou o amor ali descrito, a verdadeira razão daquela vitória... Em realidade, isso pouco importa agora, não obstante interesse que sobrevivam insignes o amor, o respeito e a admiração ali descritos, arraigados na minha vida.

Mamãe, ao invés de tão somente construíres morada no meu coração, dele fizeste domicílio eterno e inextinguível...

Em meu pensar, a respeito de ti, diviso serem as estrelas das noites ineptas para enunciar tuas bondades; as águas dos oceanos insuficientes para asfixiar tua fé inquebrantável e as montanhas que ladeiam nossas terras, quedam-se anemizadas ante o verdor da esperança contagiante expressada nos teus gestos de patriotismo.

Ao pensar em ti, minha Mãe, confundo gata e leoa, mansa e feroz, no carinho ou defesa dos seus filhotes...

Ao ambicionar ser exemplo do que és, Mãe poeta, perco-me nas raias do simples arremedo - tão grandiosa és - e, ao ensejo de ser educadora, arruíno-me num confronto às palavras, pois não cultivei a abnegação e a benevolência naturais das tuas atitudes.
 
Ao cobiçar ser espelho de ti, Mãe amante atraente, não ultrapasso a falível paixão e, ao desejar ser pura, só consigo despertar os prazeres da carne mais profundos.

Não me foi exequível, até o momento, desenovelar os limites da minha incapacidade de ser assim - cabalmente humana - da forma como és, minha Mãe!

Engraçado... ainda hoje, estorvo-me ao procurar vocábulos ou expressões suficientes para definir-te e, nesse momento de inaptidão reconhecida, restrinjo-me a ser a menina-moça de outrora, quando encerrou assim o seu poema:
 

"Minha Mãe é o ser imarcescível
que eu descrevo nestas simples linhas.
Seu amor é tão grande, imensurável,
que já não cabe nestas frases minhas."
 
 
Felicidades, mamãe!!!
Um beijo carinhoso da filha,
Sílvia Mota.
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Nada, nenhum título ou prêmio fez com que mamãe deixasse de ser mulher simples, devotada ao seu primeiro e único amor, mãe extremada, patriota em essência e professora primária ativa na missão de transformar os pequeninos seres que se colocavam aos seus cuidados, em cidadãos conscientes dos seus deveres. 

Em homenagem à minha Mãe - Mariinha Mota - cultivo apaixonadamente minha essência poética, dedicando-lhe quaisquer atividades que venha a desenvolver e quaisquer vitórias que mereça ostentar nessa seara. 

Mariinha Mota é professora, poetisa, trovadora, cronista, romancista, historiadora, jornalista, biógrafa, formada em Pedagogia e Letras - inglês e português. Detentora de grande número de prêmios em poesia e prosa, nacionais e internacionais, foi eleita pela revista belga "Poemas" para o seu "Tableau D'Honneur - 1982", como uma das seis intelectuais brasileiras de maior renome internacional. Publicou diversas obras, muitos trabalhos traduzidos para o francês, inglês, espanhol e grego. São composições de sua lavra: Ascese (sonetos), Ascetério (poemas), Acendalhas (poesias infantis), Vida Afora (trovas), Per Viam Vitae (trovas), Três Artistas Baipendianos (biografias), Res Non Verba (crônicas), Filipe II e sua História (romance) e Bárbara Heliodora e a Inconfidência (estudo histórico). Seu nome figura nas seguintes antologias: Trovadores do Vale, Crônicas de Barra Mansa, Poetas Valeparaibanos, Roteiro Biobibliográfico da Poesia Feminina no Brasil, Anuário de Coletânea de Trovas Brasileiras - 1978 e 1979, Poetas do Brasil - 1977, 1978 e 1979, A Trova no Brasil, Escritores do Brasil - 1978 e 1979, Coletânea de Contos e Poesia e Dicionário Conciso de Autores Brasileiros. Pertence a diversas associações culturais: Academia de Letras do Vale do Paraíba, cadeira número 27, patronímica de José de Anchieta; Academia de Letras de Uruguaiana, Academia Internacional de Letras "Três Fronteiras" (Brasil, Argentina e Uruguai), Academia de Letras da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul, Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul, Associação Uruguaianense de Escritores e Editores, Academia Internacional de Heráldica e Genealogia, Academia Internacional de Ciências Humanísticas e Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana. É, ainda, detentora das seguintes láureas: onze medalhas de ouro e prata e inúmeros diplomas conquistados em concursos de declamação no Vale do Paraíba e Sul de Minas, diploma de Honra ao Mérito do Instituto Histórico e Geográfico de Uruguaiana, diploma e medalha "Mérito Cultural - 1978" da Federação de Academias do Sul do País, diploma e medalha "Mérito Cultural - 1979", da Academia de Trovadores da Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul e Troféu Evangelina Cavalcanti - Recife, Pernambuco.

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Comentários

  •               MÃE

    Carinho que não tem par

    Te dedico, mãe querida,

    Sem igual é teu amar

    Mãe ditosa, minha vida.

  • Sílvia, eu sei qual é a dor de perder aquela que nos deu o ser. Recebe, por favor, as minhas condolências!...

     

    MÃE

    Tu que um dia
    Me geraste no teu ventre
    Desejo alegria
    E amor, eternamente,
    A ti que sabes amar
    Como ninguém
    Sempre, te hei-de dedicar
    O meu Amor, também,
    Tu és o ser perfeito
    És a feitora da minha vida,
    Sempre te trago no peito
    Como a pessoa mais querida,
    Tu que me alimentaste
    Com o sangue do teu ser
    E me proporcionaste
    A oportunidade de viver,
    A ti dedico a minha Vida
    E amo como a ninguém,
    És a pessoa mais querida,
    Minha querida Mãe!
  • 3542674887?profile=originalSinto muito amiga, Deus em sua infinita bondade colherá sua maezinha, ela somente dorme...

    Os anjos do Sr. lhe dê conforto e quando as saudades bater pense que através das lembranças poderá ter um reencontro.

    grande abraço,

  • PRATA PEAPAZ

    Querida amiga Silvia.

    Aqueles que amamos nunca morrem; permanecem imortalizados em nossos corações, em nossas vidas. Legam-nos a herança preciosa dos valores permanentes que cultivaram e que nos passaram pelo sangue e pelo próprio exemplo, como o amor, a valentia de viver, a alegria, a doação, as lutas, o talento e tantos outros.

    Nossos seres amados não vão para sempre. Apenas, alguns vão antes de nós.

    Abraços, com carinho. Arlete.

  • DIAMANTE PEAPAZ

    A passagem de dona Mariinha nesse plano,não foi em vão.Destacou-se em diversas obras,titulos e premios.Exerceu,com toda dedicação,uma das profissões mais calorosa e digna de confiança,que foi ajudar a educar os filhos dos outros.Esposa devotada e mãe carinhosa e caprichosa.Por onde passou deixou um rastro de amor.

    Agora,onde quer que esteja,continuará com sua missão.Pois sua luz não apagou,apenas brilhará em algum lugar distante daqui.Quem sabe,juntar-se-à com  outras estrelas e fará parte dessa enorme constelação.

    3542674724?profile=original

  • PRATA PEAPAZ

    Linda mãe e lindíssima filha! Palavras de outra mãe!

    Beijos

    Graça Campos

  • Querida Silvia,

    que linda homenagem feita para uma pessoa tão especial: sua mãe!

    O céu está mais lindo!

    Beijos de carinho e paz.

    Com afeto,

    Vania

  • é...

    "Minha Mãe é o ser imarcescível
    que eu descrevo nestas simples linhas.
    Seu amor é tão grande, imensurável,
    que já não cabe nestas frases minhas."

    ...

    Eu já tentei escrever para minha mãe também...
    Mas...
    Minhas palavras não passaram do milésimo verso.

    Parabéns Silvia!
    Achei lindo.

    beijos e
    abraços,
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