O belo, o feio, o que não se diz,
a ave que se ergue nas asas-bandeiras,
um modo, outro, de ser mais feliz,
sem fronteiras.
A água dos rios que abraça o mar,
a terra sedenta de sol e de trova,
a alma da gente que vive a cantar,
são toda a prova.
As noites caladas da nossa inquietude,
as manhãs luzernas da nossa paixão,
o tempo sem tempo que morre amiúde,
são razão.
Depois um só hino num coro de vozes,
uma chusma de gente a dizer ao que vem,
e as palavras paridas em gestas ferozes,
filhas de alguém.
Tudo isto? Só isto? Que mais?
Ais, desatinos, ardores, voragens...
Unidos na diáspora, vates colossais
de mil paragens.
Cala-te agora e rende homenagem!
Cala-te e diz claramente ao que vens!
É tempo de ser na outra margem
hino jubiloso de parabéns!
«Cantando espalharei por toda a parte,
se a tanto me ajudar o engenho e arte!»
in "Lusíadas", de Camões (Canto I, 2)
Em 09.Abr.2015
PC
Comentários
Releio teu belo poema.
Beijossssssssssss
Colossal, a tua inspiração. Como sempre, és brilhante!
Tua linguagem clássica encanta-me.
Parabéns... e, sinceramente, muito obrigada!
Beijossssssssss
Sublime, meus parabéns pela inspiração!
Felicidades! Parabéns PEAPAZ!