Um sábio afirmou: - “Não é sério o país que deixa suas crianças padecerem na miséria’.
Eu soube da dor do menino
Que perambulava pela rua
Porque estava sozinho.
Magoado, perdido no mundo.
Menino amável... de sorriso puro,
Ainda era uma criança.
Fora escorraçado de casa,
O pai, não trabalhava, bebia,
E em toda a família batia.
Tristeza, havia no olhar do menino.
Que Rendido se escondia,
pela falta de lógica das coisas que via.
A mágoa do menino ainda me dói...
Ele estava ferido e perdido...
Não chorava, mas na rua dormia.
Ele jogava bola
Feita de papel amassado.
Inda assim, correndo ria!
Gritava gol, pulava e corria.
Porque ainda era menino.
Com sol ou chuva perambulava.
Com a fome, ele se acostumava.
Com a miséria ele caminhava.
Mas, mesmo assim ele sonhava.
Dormia cansado e magoado,
Como se fosse uma folha seca,
Apagada e triste, no canto da calçada.
Sonhava em ter o essencial,
Em ter o que comer e brincar.
Em ser amado e não desprezado.
Em estudar, poder sorrir. Isso
não era querer muito. Mas,
a mágoa do menino era profunda.
De cães se aproximava por amor.
Para mastigar sempre esperava,
No lixo, restos de alimento catava.
Um adulto sem escrúpulos
em troca de comida dele abusava,
muitos sabiam e não faziam nada.
O menino contou a quem lhe deu a mão,
O que de aviltante fazia em si mesmo
Para espantar tais abutres do caminho.
Tímido e envergonhado o
Menino padecia. Sentimento profundo.
Perdido e desamparado no meio do mundo.
Quando o conheci, numa sociedade
caritativa, o menino estava com AIDS.
A dor do menino, me dói cada vez mais
Comentários
Tristeza ao deparar as agruras a que são submetidos tantos pequeninos
Quiséramos pois mais alegria para estas crianças
Belo Arlete!
beijo
Janete, além de uma mensagem para reflexão, uma linda homenagem, belíssimo poema.
Carinho, Lu
É verdade, Silvia.
Existem determinadas coisas que nos entristecem muito. Eu nem tinha vontade de postar para o Dia Da Criança este poema. Foi aí que me lembrei: É bom que as pessoas em geral vejam o que acontece de mal. Não adianta ""cobrir o sol com a peneira"". Algo tem que ser feito.
Obrigada, beijosssss da Arlete.
Que horror, a maldade de determinados indivíduos, que longe estão de serem humanos, no verdadeiro alcance da palavra! Triste história, lindamente poetizada. Beijossssssssss